quinta-feira, 5 de março de 2009

Curriculo profissional

Embora existam manuais nas bancas de jornais, livros escritos, páginas nos sites de empregos e muitas palestras e seminários sobre o assunto, o tema continua importante e, em nossa atividade de consultores de outplacement e recolocação profissional, ainda lidamos com uma gama muito grande de currículos que fazem mais mal do que bem aos seus autores bem-intencionados. Entendemos, assim, que é nosso papel orientá-lo quanto ao modelo de currículo que achamos que pode facilitar sua recolocação e seu objetivo de carreira.

1. O currículo deverá ser apresentado em papel branco, tamanho A-4. Não se usa mais os papéis coloridos para diferenciar currículos na pilha do leitor.

2. Será desejável que a digitação se faça utilizando um tipo de letra comercial e num tamanho fácil de ser visualizado.

3. O currículo deverá ser revisto, depois de elaborado, para verificação de eventuais erros de português.

4. Evitar o excesso de criatividade na formatação do currículo, esquecendo as caixas, grifos, asteriscos e setinhas.

5. Um currículo de duas páginas é o que se usa hoje em dia. Uma é pouco, três é demais.

6. É preciso lembrar que um currículo é apenas um cartão de visita ampliado que serve como um “abre-portas”, induzindo o leitor a querer saber mais.

7. Nossa opinião é de que um currículo deva ser sempre escrito na terceira pessoa e não na primeira como querem alguns; é como se fosse um folheto promocional do candidato.

8. Currículo não se data, para que não obsoleça num arquivo; não se assina, pois não é uma correspondência; e não se faz averbações à margem do mesmo para não alterar a sua limpeza e ordem ou para não se complicar o entendimento do conteúdo.

9. O currículo pode ser enviado em um envelope ofício, dobrado em 3 partes.

10. O currículo não deve conter informações sobre a pretensão salarial do candidato. Tal informação deve ser discutida ao longo do processo de seleção, em entrevista pessoal e, se possível, do meio para frente no processo.

11. Não é preciso colocar o currículo em pastas de plástico de qualquer gênero.

12. É inadequado e pouco eficiente para o candidato colocar, entre as informações oferecidas no currículo, as razões de saída dos empregos anteriores.

13. Todo mundo já sabe, mas é bom repetir, que um currículo não deve incluir os nomes de papai e mamãe, os números da carteira profissional, RG, do CPF e de outros tantos documentos. Se a empresa interessada precisar dessas informações irá pedir na hora certa.

14. A mesma coisa é verdade, em geral, com relação a referências: não se deve colocá-las no corpo do currículo. Se a empresa quiser e quando quiser, pedirá. Nem mesmo a velha frase, muito usada no passado, “referências serão apresentadas quando solicitadas” deve ser utilizada, uma vez que não é de se esperar que um candidato se negue a oferecê-las.

15. Um currículo não leva anexos. Se antigamente era comum juntar cópias de certificados de cursos, cartas de recomendação, artigos publicados, recortes de jornais e até textos de projetos desenvolvidos, hoje em dia nada disso se adiciona ao currículo.

16. A estrutura de um currículo deve apresentar partes complementares; iniciar com cabeçalho que informe nome completo do candidato, endereço de residência, telefones (fixo e celular), número do fax e e-mail.

17. Depois prosseguir, informando a sua área preferencial de atuação, facilitando a identificação, a classificação e o arquivamento do currículo.

18. Em seguida, descrever claramente qual o seu objetivo atual de carreira no momento em que o currículo foi elaborado. Qual a posição ou posições alternativas buscadas, em empresas de que setor empresarial, de que porte e nacionalidade e qual a contribuição que você tem condições e pretende oferecer em sua atuação profissional.

19. Continuar, informando as principais qualificações técnico-profissionais que você tem para oferecer, tiradas de suas experiências, vivências e formação. Ou seja, os seus conhecimentos técnicos, competências, capacidades e relacionamentos.

20. Adicionar, na seqüência, o seu perfil básico, compreendendo sua formação, cursos de aperfeiçoamento, domínio de idiomas estrangeiros, utilização da informática, viagens ao exterior, participação associativa profissional, atuação em palestras, congressos e simpósios, artigos e obras publicadas, hobbies e passatempos e, finalmente, os seus dados pessoais, incluindo nacionalidade, naturalidade, estado civil, filhos e mês e ano de nascimento. Não esconda este último dado mesmo que sua idade seja mais avançada; o leitor avisado vai saber que se o candidato não mencionou a idade é porque tem problemas aí, e mesmo que o truque passe, o que é que vai acontecer quando se chega para uma entrevista e se percebe a surpresa e o desagrado do entrevistador ao se defrontar com nossos cabelos brancos?

Um bom currículo é aquele que dá, ao leitor, as informações de que precisa para uma análise preliminar do candidato e para desenvolver um processo de seleção eficaz. Como já é sabido pela maioria, um bom currículo não garante um emprego para ninguém; todavia, um mau currículo pode fazer com que se perca uma boa oportunidade.

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